Archive for Maio, 2012

In Citações

A mulher interessante não é propriamente bonita, mas tem personalidade, tem postura, tem um enigma no fundo dos olhos e uma malícia que inquieta a todos quando sorri.

Martha Medeiros


Férias, precisam-se…


Canções que quero para mim

I am not in love 

But I’m open to persuasion
East or West
Where’s the best
For romancing

With a friend
I can smile
But with a lover
I could roll my head back
I could really laugh
Really laugh

Thank you
You took me dancing
‘Cross the floor
Cheek to cheek
But with a lover
I could really move
Really move
I could really dance
Really dance
I could really move
Really move

Now if I can feel the sun
In my eyes
And the rain on my face
Why can’t I
Feel love ?

I can really love
Really love
Love love love love

Now I got all
The friends that I want
I may need more
But I shall just stick to those
That I have got
With friends I still feel
So insecure

Little darling I believe you could
Help me a lot
Just take my hand
And lead me where you will
No conversation
No wave goodnight
Just make love
With affection

Sing me another love song
But this time
With a little dedication
Sing it, sing it
You know that’s what I like
Once more with feeling
Give me love
Love…

Make love with affection
Sing me another love song
But this time

With a little dedication
Sing it, sing it
You know that’s what I like

Once more with feeling
Sing me another love song
But this time
With a little dedication
Sing it, sing it
You know that’s what I like

With affection
With a little dedication
Once more with feeling
You know that’s what I like
Love…


Canções que quero para mim


Uma viagem à India

Quem ouve boa música merece nascer noutra vida como flor


Vividos

– Ó filha, como é que se chama aquele senhor que me põe doente?

– Alzheimer, avó.


As gavetas

Não deves abrir as gavetas
fechadas: por alguma razão as trancaram,
e teres descoberto agora
a chave é um acaso que podes ignorar.
Dentro das gavetas sabes o que encontras:
mentiras. Muitas mentiras de papel,
fotografias, objectos.
Dentro das gavetas está a imperfeição
do mundo, a inalterável imperfeição,
a mágoa com que repetidamente te desiludes.
As gavetas foram sendo preenchidas
por gente tão fraca como tu
e foram fechadas por alguém mais sábio que tu.
Há um mês ou um século, não importa.

Pedro Mexia


Not All Those Who Wander Are Lost.


Viver é …

A verdade é que a vida não é acertar no que as pessoas são. Viver é errar sobre as pessoas, errar, errar, errar e depois, voltando a pensar cuidadosamente sobre o assunto, errar outra vez. É assim que sabemos que estamos vivos: erramos. Talvez o melhor fosse esquecer isto de acertar ou errar no que às pessoas diz respeito e limitarmo-nos a deixar-nos ir. Mas, claro, sortudo o que conseguir fazer isso.

Philip Roth


Música para o fim-de-semana


Keith Richards


The Intouchables

Da beleza da arte, o melhor é nem falar.


Volúpias

A cigarette is the perfect type of a perfect pleasure.
It is exquisite, and it leaves one unsatisfied.
What more can one want?”

(Oscar Wilde)


O mundo é belíssimo, mas não se entende.

Bloom pensou no mar e na beleza.
O fundo das águas é coisa imaginária
mas morre-se afogado ao tentar entendê-lo.
O fundo dos elementos vedado aos olhos
do Homem. O mar que antes estava calmo,
perturbado na sesta pelo mergulho adolescente, vinga-se
com uma morte que só dois meses depois
outro povo recolhe na praia. As águas
fingem ser flores que podes cheirar de perto,
atraem-te, inclinas-te és puxado;
morrerás.

Gonçalo M. Tavares


Das gaivotas

Porque motivo apenas te aproximas de mim quando queres fazer amor? No resto do tempo chegas do banco e és só jornal e calças no sofá, se tento falar-te o jornal treme de zanga, sobe mais um pouco, as pernas cruzam-se, impacientes, em sentido contrário, o sapato fica a dar e dar no vazio, toco-te e encolhes-te, faço-te uma festa no cabelo e a cabeça diminui de tamanho, arrepiada, um protesto ronca das notícias

– O que foi agora? – Já nem se pode ler em paz? – Fazes o favor de não me despentear?

jantas calado a rolar bolinhas de pão entre suspiros, desapareces antes que eu acabe de comer, nem uma palavra para a minha saia nova, uma pergunta sobre como me correu o dia nas finanças, um beijo, ficas de mãos nos bolsos a olhar o prédio em frente, atiras o canal para o desporto quando começa a novela, aborreces-te do desporto, carregas no botão e reaparece a novela

– Olha essa porcaria à tua vontade

tudo te enjoa, te aborrece, te cansa e uma vez por semana, quando já estou meia a dormir, o teu braço a arrepelar-me, o ombro que me aleija, uma vertigem rápida, um camião a abanar o prédio na rua, eu a fixar os números luminosos do despertador ao lado das tuas costas indiferentes, o que aconteceu, amor, para mudares assim tanto

(- Não mudei nada, que mania)

ao conhecermo-nos, há dez, minto, há onze anos, chegavas-te a mim embrulhado em vénias de timidez, a ensaboar as mãos, com o sorriso borboleteando em volta da boca sem se atrever a poisar

– Um dia destes convido-a para um café, menina Clara

tão atencioso, tão terno, tão preocupado comigo, a notar quando eu mudava de brincos, de penteado, de anel

– Que bem lhe fica a franja, menina Clara

o meu pai simpatizou logo contigo por te levantares, com o tal sorriso a adejar, mal eu entrava na sala, o que aconteceu, amor, para mudares assim tanto

(– E ela a dar-lhe, que gaita)

descíamos para a muralha do rio, em Novembro, com as gaivotas todas na praia, corríamos de mão dada a assustar os pássaros, achavas-me graça, achavas-me bonita, dizias que eu ficava linda a correr

– Parece mesmo uma gaivota, sabia?

que qualquer dia me escapava de ti, a bater as asas no rasto de um cargueiro turco, perguntavas-me ao ouvido, aflitissimo, ansioso

– Nunca me deixa, pois não?

(– As fantasias que tu vais buscar, meu Deus)

apertavas-me tanto pela cintura que quase não conseguia respirar, por favor explica-me o que fiz de mal para mudares assim tanto, ainda sou capaz de correr da mesma maneira se voltarmos à praia em Novembro, que é feito do teu sorriso e do ensaboar das mãos, ponho um baton diferente, a blusa decotada, os sapatos que nunca me atrevi a usar para os homens não se meterem comigo na avenida

– Ainda há quem me ache engraçada, sabias?

(– Pois que lhes faça muito bom proveito)

desço lá abaixo à muralha e fico no meio das gaivotas à espera que chegues

(– Agora deste em maluca ou quê?)

sem jornal, sem caretas, sem bolinhas de pão, a convidares-me, nervoso, para um café na esplanada, soprando pelo meio do sorriso que não pare, que não pare

– Apetece-me tanto dar-lhe um beijo, Clarinha

(– As parvoíces que a gente diz em novo, senhores)

e nisto, não sei se deste conta, as gaivotas sumiram-se todas e ficamos sozinhos, amor, só a praia e as ondas e eu tão contente, tão com a certeza

– ainda tenho a certeza

(– Cada qual tem as certezas que quer)

de sermos felizes para sempre, de podermos ser felizes se um dia me deixares; deixas não deixas, aposto que deixas,

(– Que teimosia, que insistência, já é cisma, caramba)

abraçar-te.

 

António Lobo Antunes

 

 


Sunday sound


A weekend sound

So if you find someone
Someone to have, someone to hold
Don’t trade it for silver
Don’t trade it for gold
‘Cause I have all of life’s treasures
And they are fine and they’re good
They remind me that houses
Are just made of wood
What makes a house grand
Ain’t the roof or the doors
If there’s love in a house
It’s a palace for sure
Without love…
It ain’t nothin but a house
A house where nobody lives
Without love it ain’t nothin
But a house, a house where
Nobody lives.


Uma viagem à India

As mulheres sempre foram mais
minuciosas na vingança – disse Bloom. Folheiam-na
sem saltar uma página. E tratam das unhas
antes de pegar no machado.
Pelo contrário, um homem com raiva
e ressentimento é atabalhoado, desastrado,
incapaz de encontrar a pronúncia perfeita da violência,

como se pegasse em ferramentas
despropositadas: a charrua
para arrancar uma flor,
o martelo para ver mais perto.

Gonçalo M. Tavares


Pesquisaram e encontraram o meu blog

eu sou homen mas tenho vontade de chupar penes


A line is a dot that went for a walk.